Princípio ativo, dosagem, cuidados: o que é preciso saber sobre as canetas emagrecedoras fabricadas no Brasil
Primeira caneta brasileira para emagrecimento e combate ao diabetes chega às farmácias As farmácias começaram a vender nesta segunda-feira (4) as primeiras ...

Primeira caneta brasileira para emagrecimento e combate ao diabetes chega às farmácias As farmácias começaram a vender nesta segunda-feira (4) as primeiras canetas emagrecedoras de fabricação nacional. Embora a disponibilidade esteja sujeita aos estoques da distribuidora, os produtos injetáveis aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já podem ser encontrados a partir de R$ 307 e serão vendidos mediante prescrição médica para tratamento de obesidade e diabetes. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Para a endocrinologista de Ribeirão Preto (SP) Camila Mele, a liberação representa um avanço para os tratamentos médicos, mas não dispensa dos pacientes a adoção de um estilo de vida saudável. Ela também explica que é preciso cautela, principalmente para quem já utilizava canetas importadas. "Sempre aliado a uma boa alimentação e atividade física. Eu falo que é a base da pirâmide, senão a gente não consegue um resultado altamente eficaz mas que sem dúvida é uma grande ajuda pra gente dar esse start e tratar alguns problemas metabólicos", afirma. Na entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo no interior de São Paulo, a especialista tirou dúvidas sobre o princípio ativo desses medicamentos, os principais cuidados e em quais casos devem ser usados. Mulher aplica caneta emagrecedora no abdômen Reprodução/TV Globo Qual é o princípio ativo dessas canetas? As canetas emagrecedoras à venda nas farmácias têm como princípio ativo a liraglutida, uma molécula produzida pelo próprio organismo, mas em uma concentração maior. "É uma substância que é produzida pelo intestino e que em concentrações maiores tem o poder de dar mais saciedade, retarda o esvaziamento gástrico ao mesmo tempo que age no pâncreas melhorando a produção de insulina", explica a endocrinologista. Esse princípio ativo, de acordo com Camila, já era encontrado nas primeiras canetas importadas, e é menos eficaz que substâncias contidas nas medicações estrangeiras mais atuais, como a semaglutida e a tirzepatida. Ainda assim, é um ótimo aliado para quem busca tratamento, além de ser mais barato. "É importante porque consegue redução de custo a gente consegue abranger um grupo de população muito maior do que a gente conseguia só com as importadas." Quais canetas estão à venda e para o que são indicadas? A fabricante EMS, autorizada a comercializar as canetas, disponibilizou inicialmente dois produtos diferentes: Olire: é indicado principalmente para tratamento da obesidade por regular o apetite e combater os riscos cardiovasculares. Lirux: é mais indicado para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 por conta da dosagem inferior. "Para o individuo diabético a gente consegue um bom controle glicêmico com até 1,8 miligramas/dia", explica. Nos dois casos, a aplicação deve ser diária e progressiva até a quantidade considerada ideal. "As doses vão sendo prescritas pelo médico e vão aumentando progressivamente. Então você começa com uma dosagem pequena, ao dia, e isso vai aumentando de tempos em tempos, normalmente uma vez por semana a gente vai aumentando até a concentração desejada", afirma a endocrinologista. Canetas emagrecedoras de fabricação brasileira chegam às farmácias Reprodução/EPTV Quem pode utilizar essas canetas? Todos os pacientes precisam passar por consultas médicas antes de recorrerem à medicação injetável. "As canetas todas precisam de receita, faz um mês e pouco que a Anvisa fez esse decreto e vai da anamnese, da conversa com o paciente, do erro do estilo de vida que tem, do comportamento alimentar, então a gente tem hoje alguns tratamentos no emagrecimento e essas canetas é um deles" afirma Camila. A endocrinologista reconhece que as canetas representam uma evolução no tratamento da obesidade, por apresentarem menos efeitos colaterais que antes, mas nem sempre elas serão a solução indicada. "Depende muito de caso a caso. Um médico vai ver isso no consultório, se tem um comportamento de compulsão, se tem uma dificuldade de saciedade ou se é um problema metabólico ou se é sedentarismo, tudo isso, componente genético, então cabe ao médico a decisão de qual medicamento será melhor pra ele." Quem já utiliza canetas importadas pode trocar pelas brasileiras? Camila explica que isso vai depender do princípio ativo da caneta utilizada, além da prescrição médica. Para quem se medica com a tirzepatida, por exemplo, uma mudança para a liraglutida pode não ser benéfica. "Ele vai cair em um degrau em termos de tratamento, o tratamento não vai ser tão eficaz quanto as semanais importadas." Já para quem já utilizada a liraglutida, a troca pode ser feita. "Quem sim estava usando o mesmo princípio ativo, só que vinha das multinacionais, aí sem problema trocar, seria a mesma coisa." Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região